sábado, 23 de fevereiro de 2013

Viva a Revolução Cubana!

A turnê mundial de Yoani Sanchez, financiada pela SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa), que reúne grandes corporações midiáticas do continente,  elevou à máxima potência, no Brasil, a defesa de uma das mais simbólicas e consistentes revoluções sociais do planeta. Nascia o ano de 1959 quando Fidel Castro, Camilo Cinfuegos, Che Guevara, Raul Castro, dentre outros jovens idealistas cubanos, entravam em Havana para depor o último dos fantoches americanos a presidir Cuba, o ditador Fulgencio Batista.

O país da América Central, até então, era uma espécie de "quintal" dos Estados Unidos. Os cassinos, hotéis, as belas praias caribenhas, bordéis e os charutos, que faziam o agrado dos americanos, contrastavam com as condições de vida miseráveis dos cubanos. Com as terras e empresas concentradas nas mãos da elite estadunidense, a população, em sua maioria, sofria com o desemprego na porta dos 50%, prostituição infantil e um desequilíbrio brutal de renda. A classe média unia-se, em rejeição ao governo, ao sentimento das camadas mais pobres, estes alijados desde sempre da participação nas riquezas nacionais. A revolução uniu o povo e transformou Cuba.

De lá para cá, já são 54 anos de governo popular. A revolução continua a triunfar em que pese a imensa dificuldade de um país com limitadas dimensões territoriais e econômicas. Ainda assim, é uma nação que pode ser orgulhar dos seus avanços sociais e do seu Índice de Desenvolvimento Humano, considerado alto, e que no ranking global encontra-se à frente (51º) de nações como o México (57º) e o Brasil (84º). Países com maior semelhança territorial na América Central veem o país socialista lá de trás, como a Guatemala (116º) e Honduras (106º) .

Com uma medicina reconhecida internacionalmente, Cuba promove avanços significativos na área da saúde, como a descoberta de vacina contra o cancro de pulmão. As suas diversas experiências em relação ao combate à AIDS, pneumonia e meningite põem em curso a ciência a serviço da humanidade e não do capital.

Yoani, persona non grata

Não foi por menos que, nesta semana, jovens militantes da esquerda brasileira, com especial destaque à União da Juventude Socialista (UJS), recepcionaram com protestos a blogueira cubana dissidente, Yoani Sanchez. Em sua capa mais recente, a revista Veja contrapõe a juventude brasileira e a blogueira, retratando a primeira como tirana e a segunda como uma democrata.

Diante de um mundo que destina quase 2 trilhões de dólares para alimentar a indústria bélica, que convive com 2/3 das nações aprofundando suas desigualdades sociais internas, que assiste à crise da especulação financeira num período histórico em que a capacidade das forças produtivas poderia satisfazer as necessidades de todos os seres humanos - apesar de 1 bilhão de pessoas ainda passarem fome -, o modelo cubano, de equilíbrio e satisfação das necessidades coletivas, causa espécie àqueles que vivem da superexploração humana e expressa de maneira atual a necessidade de equalizar a produção e as necessidades do povo.

A defesa da democracia promovida por Yoani, que também é correspondente do jornal El País, é, sobretudo, um eco das reivindicações de democracia advindas dos Estados Unidos. Conhecemos bem a maneira como este país deturpou e deturpa essa expressão ao redor do mundo para que esteja adaptada aos seus próprios interesses. Não seria esse o sentimento dos palestinos? Dos líbios? Dos africanos? Da Jamaica, que ostenta em sua capital a maior favela do mundo? Dos sul-americanos, que sofreram com sangrentas ditaduras patrocinadas pelos Estados Unidos que ainda hoje repercutem em seus países?

Como os Estados Unidos tratam seus opositores ao redor do mundo e financiam grupos adversários em nações que contrariam seus interesses? O que seria de um blogueiro dissidente americano se fosse ele financiado por um outro país para lhe tecer críticas? De que lado esteve a grande mídia brasileira no período em que a Ditadura Militar assassinava homens e mulheres que questionavam o governo?

Por tudo isso, o Brasil deu uma grande demonstração crítica ao repercutir para o mundo que  a farsa das ideias de Yoani representam uma hipocrisia daqueles que preferem, antes de qualquer coisa que se assemelhe à democracia, a concentração da renda, a liberdade de democracia para um número limitados de grandes conglomerados e a manipulação das informações. Representa um petardo à ideia pós-moderna da supressão da esquerda e da direita, quando ambas se opuseram entre a crítica e a defesa às ideias da dissidente cubana.

Apesar disso, a Revolução prospera porque, a exemplo do que indicam os dados do PNUD (Programa de Desenvolvimento da ONU), Cuba é líder do grupo de países emergentes que mais possuem avanços em seus índices de desenvolvimento social. Viva!

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